As empresas de alimentos buscam substitutos para sal, açúcar e gordura, ingredientes responsáveis pelo sucesso da comida industrializada - mas a empreitada está mais difícil que o planejado. E, para alguns fabricantes, não tem valido a pena.
Três ingredientes foram fundamentais para o crescimento das empresas globais de alimentos: sal, açúcar e gordura.
Gigantes como Nestlé, Pepsico, Kraft e Unilever não acharam nada melhor para fazer seus produtos ao mesmo tempo irresistíveis e baratos.
Do pão de forma ao macarrão instantâneo, nada estende mais a validade e ressalta o sabor do que o sal.
As gorduras deixaram os salgadinhos mais crocantes, e o açúcar fez de chocolates e refrigerantes praticamente um vício para as crianças.
Foi carregando a mão nesses ingredientes que a indústria conseguiu transformar a comida num produto industrializado - responsável por vendas de 2,2 trilhões de dólares no ano passado, o dobro de uma década atrás.
Sal, açúcar e gordura são, portanto, os pilares sobre os quais a indústria mundial de alimentos se construiu. Mas as grandes empresas do setor já perceberam - está na hora de mudar.
Como a combinação do consumo exagerado dessas comidas com hábitos mais sedentários está tornando as pessoas mais gordas e, logo, mais doentes, encontrar alternativas para sal, açúcar e gordura se tornou obrigatório.
Nesse momento, cientistas da Nestlé estudam formas de cumprir uma meta para diminuir em 30% a quantidade de açúcar em seus cereais matinais.
A saída pode ser um suco de maçã em desenvolvimento que promete aumentar a doçura com menos efeito sobre o nível de glicose no sangue.
A americana Kraft pesquisa em seus seis centros de inovação no mundo uma maneira de reduzir sua dependência do sódio, com uma fórmula ou uma fonte diferente de sal.
As americanas Cargill e Pepsico e a brasileira BRF se dedicam a iniciativas semelhantes.
Mexer com esses ingredientes é mexer com os fundamentos do modelo de negócios dessas empresas.
Sal, açúcar e gordura fizeram produtos melhores, consumidores satisfeitos e acionistas felizes.
Em um paralelo, é como vem acontecendo com a indústria automobilística. O motor a combustão movido a gasolina criou uma enorme cadeia de fornecedores que começa nas empresas de petróleo, vai aos milhares de postos de combustível e chega às oficinas de manutenção.
Mudar de uma hora para a outra é impossível: seus possíveis substitutos, o motor elétrico e o etanol, ainda estão longe de virar soluções definitivas.
No caso dos alimentos, tem sido parecido. As inovações obtidas nos laboratórios das maiores empresas do mundo são, no máximo, parciais.
A Pepsico, fabricante dos salgadinhos Elma Chips, criou um ingrediente que acredita ser a maneira com que vai diminuir a quantidade de gordura de seus produtos.
Os laboratórios da companhia no Brasil e na Argentina criaram um novo tipo de óleo de girassol, recomendado por ser livre de gorduras saturadas, principal causa do entupimento de veias e artérias.
O óleo usa uma semente criada pelo cruzamento de espécies, que dá ao produto final as mesmas características de conservação e textura do óleo tradicional com gorduras saturadas - no caso dos salgadinhos, o óleo de palma. O problema é que, dependendo do produto, ainda é necessário manter pelo menos 30% de gorduras saturadas na fabricação.
planetasustentavel
Na receita médica de quem não quer sofrer com a doença deve estar prescrito o levantamento de peso.
Somado ao exercício aeróbico, ele tem o mesmo poder de um medicamento no controle do açúcar no sangue.
O halter é mais do que um instrumento em prol do vigor e da beleza. Peça básica das academias, ele também dá uma força e tanto para domar o mal que eleva a glicose na circulação.
É o que comprova um trabalho da Universidade do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Lá, cientistas separaram 262 diabéticos do tipo 2 em dois grupos: um se concentrava nas práticas aeróbicas, como a corrida; já outro aliava as passadas a exercícios anaeróbicos — a famosa musculação.
Após nove meses, os pesquisadores averiguaram o índice de açúcar dos últimos 90 dias. Entre os que adotaram a combinação, houve uma redução de quase 7% nesses níveis, o dobro em relação à outra turma.
"Estudos feitos com remédios mostram diminuição semelhante", diz Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, no interior do estado.
Além disso, o aumento no uso de medicamentos ficou em torno de 18% nos participantes que fizeram o treino duplo, contra 22% em quem se limitou às pedaladas.
"Aparentemente, atividades aeróbicas e resistidas são complementares, porque mexem com mecanismos diferentes no corpo", ressalta o fisiologista Timothy Church, que assina o estudo.
Na hora de tirar um peso do chão, a via utilizada pelo organismo para conseguir energia é diferente da empregada em uma caminhada.
"A atividade anaeróbica tende a usar glicose, enquanto a aeróbica se vale, dependendo da duração, mais da gordura", esclarece o educador físico William Komatsu, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.
Não custa reforçar: é a mistura entre supino e esteira que traz melhores resultados. Isso porque, se por um lado erguer barras pesadas torra glicose aos montes, são as passadas largas e rápidas que diminuem a barriga.
"E o acúmulo de gordura na região abdominal prejudica o trabalho da insulina", explica Marisa Passarelli, fisiologista do Laboratório de Lípides da USP. Se esse hormônio não funciona corretamente, a glicose fica fora das células e, logo, sobra nas artérias.
Mais do que esvaziar os pneus da cintura, esportes como a natação condicionam o sistema cardiovascular. Isso, além de facilitar o trabalho da insulina, serve como proteção contra infartos e afins.
"Problemas no coração são, disparado, a principal causa de morte entre diabéticos", reforça Nabil Ghorayeb, médico do esporte e cardiologista do Hospital do Coração, na capital paulista.
Para se valer dos benefícios dessa união, no entanto, é importante visitar a sala de ginástica com frequência.
Em contrapartida, exagerar na malhação é um tiro pela culatra (saiba o porquê no quadro acima, à esquerda), especialmente para quem tem diabete e, portanto, necessita de cuidados antes de pôr o calçado esportivo.
Um deles, aliás, é usar tênis adequados e meias para evitar feridas nos pés que podem passar despercebidas e, então, culminar em problemões (observe na lista ao lado outras medidas essenciais).
Desde que tudo esteja em ordem, tenha certeza: qualquer academia é bem-vinda aos diabéticos em busca de uma vida saudável.
NADA DE EXCESSOS!
Os níveis de açúcar de quem não maneira na atividade física ficam instáveis.
Em alguns casos, caem drasticamente, gerando hipoglicemia. Em outros, são catapultados.
"A sobrecarga pode aumentar a presença de hormônios como a adrenalina, que estimulam a descarga de glicose na circulação", atesta William Komatsu, da Unifesp.
Esse quadro, se mantido por muito tempo, afeta os vasos sanguíneos.
CHECKLIST DO DIABÉTICO›› Fazer testes ergométricos regularmente›› Medir a glicose antes, ao longo e depois da atividade›› Realizar exames oftalmológicos›› Não se exercitar com glicemia acima de 250 mg/dL›› Andar com identificação de diabético›› Coordenar, com o médico, o uso dos medicamentos›› Fazer uma avaliação cardiológica completa›› Levar sachê de açúcar líquido para eventual hipoglicemia
Saúde Abril
Estudiosos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo constataram que o consumo rotineiro das versões mais magras dos produtos lácteos, como o leite desnatado e o queijo branco, está ligado a uma queda na incidência de pressão alta e diminuição da glicose sanguínea .
Tamanha vantagem seria proporcionada por um ingrediente fornecido em abundancia pelo leite e seus derivados, sobretudo os tipos dotados de baixos teores de gordura: o cálcio.
Pois é, a sua importância vai além da tarefa de conservar o esqueleto.
No artigo assinado por experts brasileiros, ficou registrado que o mineral contribui com a vasodilatação, melhora o aproveitamento da glicose e favorece o equilíbrio do peso corporal.
O que tem o leite:
- Lipídeos: alguns de seus componentes, caso de uma substância chamada esfingomielina, apresentariam propriedades antitumorais.
- Proteínas: atuam na formação e na restauração da massa muscular. Algumas delas constam com partículas capazes de promover a dilatação dos vasos sanguíneos, normalizando a pressão arterial.
- Vitaminas: as principais – B2, A, D, biotina – participam de importantes funções celulares, preservam a saúde dos olhos, mantém a vitalidade do tecido ósseo e ainda combatem os radicais livres.
- Minerais: depois do cálcio, o mais expressivo é o fósforo, que contribui para a solidez dos ossos e dos dentes, assim como ajuda a brecar a perda de massa óssea.
- Carboidratos: o destaque nesse caso é a lactose. Além de abastecer de energia o organismo, ela potencializa a absorção do cálcio.
Cálcio: o protagonista
Ele é indispensável a uma série de funções vitais.
- Coração protegido: o mineral aprimora o aproveitamento da glicose, o combustível das células, ajuda a controlar a pressão e a regular o peso corporal.
No coração, o íon é necessário para a geração da atividade elétrica e do disparo e manutenção da sua contração.
Além disso, diversos transportadores de cálcio existentes na célula cardíaca regulam as variações intracelulares do íon para a execução das diversas funções do coração.
- Músculos em movimento: participa ativamente da contração dos músculos esqueléticos, os responsáveis por nossos movimentos voluntários.
- Ossos fortes: compõe 99% da nossa estrutura óssea. Por isso, o aporte da substância é essencial para evitar a perda da massa óssea.
- Cérebro a mil: atua em mecanismos dentro dos neurônios que garantem a transmissão dos impulsos nervosos. Isso mantém o cérebro funcionando.
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